domingo, 19 de junho de 2011

Teoria de Gaia

Um salto no tempo - James Lovelock




James E. Lovelock, pesquisador independente e ambientalista britânico criou a tese da Hipótese de Gaia em 1969 para explicar o fato de todos os seres vivos estarem ligados entre si e com o ambiente físico.
Lovelock, juntamente com a bióloga Lynn Margulis, realizou pesquisas comparativas entre a atmosfera da Terra e a de outros planetas. Para ele, é a vida na Terra que cria as condições para a sua sobrevivência, e não o contrário, como as outras teorias sugerem.
Segunda a hipótese, a Terra teria uma capacidade própria de controlar e manter as condições físicas e químicas propícias para ela através de mecanismos de retroalimentação. Assim, os fatores bióticos teriam o controle sobre os abióticos, proporcionando as condições ideais de sobrevivência para os seres vivos.

"A hipótese que desenvolvi, conhecida como Teoria de Gaia, entende a Terra como um superorganismo vivo. Como tal, esse organismo pode desfrutar de boa saúde ou simplesmente adoecer."
Essa é uma parte retirada do artigo escrito por Lovelock à revista Planeta. E mostra a grande percepção do pesquisador.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A Lei dos Três Estados

A ideia-chave do Positivismo Comtiano é a Lei dos Três Estados, de acordo com a qual o homem passou e passa por três estágios em suas concepções, isto é, na forma de conceber as suas ideias e a realidade:

Teológico: o ser humano explica a realidade através de entidades supranaturais, o estado onde Deus está presente em tudo, as coisas acontecem por causa da vontade dele. As coisas sem explicação são explicadas pura e simplismente por Deus. Esse estado tem outras três divisões:
- Animismo: as coisas da natureza tem sua própria “animação”, acontecem porque desejam isto, não por fatores externos, têm vida própria.
- Politeísmo: os desejos dos deuses são colocados em objetos, animais ou coisas.
- Moneísmo: os desejos do Deus (único), são expostos em coisas, acontecimentos.

Metafísico: é uma espécie de meio-termo entre a teologia e a positividade. No lugar dos deuses há entidades abstratas para explicar a realidade: "o Éter", "o Povo", "o Mercado financeiro", etc. No qual a ignorância da realidade e a descrença num Deus todo poderoso levam a crer em relações misteriosas entre as coisas, nos espíritos, como exemplo.

Positivo: etapa final e definitiva, não se busca mais o "porquê" das coisas, mas sim o "como", através da descoberta e do estudo das leis naturais, ou seja, relações constantes de sucessão ou de coexistência. A imaginação subordina-se à observação e busca-se apenas pelo observável e concreto, a humanidade busca respostas científicas. A busca pelo conhecimento absoluto, esclarecimento sobre a natureza e seus fatos.

Positivismo de Augusto Comte

Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (1798-1857) foi filósofo e sociólogo francês. Ingressou na Escola Politécnica em 1814, mas foi expulso dois anos depois por liderar um movimento de protesto. Voltou para sua cidade natal, e estudou medicina antes de retornar a Paris, para dar aulas. Em 1826 sofreu um colapso nervoso enquanto trabalhava na criação de uma filosofia positiva, supostamente desencadeado por "problemas conjugais". Recuperado, iniciou a redação de Curso de filosofia positiva.

  
"A gênese do Positivismo ocorreu no século XIX, num momento de transformações sociais e econômicas, políticas e ideológicas, tecnológicas e científicas profundas decorrentes da consolidação do capitalismo, enquanto modo de produção, através da propagação das atividades industriais na Europa e outras regiões do mundo. Portanto, o “século de Comte” e sua amada França mergulharam de corpo e alma, numa “deusa” chamada razão, colocando sua fé numa “Nova Religião”, caracterizada pela junção entre a ciência e a tecnologia, tidas como a panacéia da humanidade, no contexto da expansão, pelo Globo, do Capitalismo Industrial." (VALENTIM 2010)

O positivismo teve impulso, graças ao desenvolvimento dos problemas econômico-sociais, que dominaram o mesmo século XIX. É uma reação contra o idealismo.
A diferença fundamental entre idealismo e positivismo é a seguinte: o primeiro procura uma interpretação, uma unificação da experiência mediante a razão; o segundo, ao contrário, quer limitar-se à experiência imediata, pura, sensível, como já fizera o empirismo.
O Positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. Assim sendo, desconsideram-se todas as outras formas do conhecimento humano que não possam ser comprovadas cientificamente. Tudo aquilo que não puder ser provado pela ciência é considerado como pertencente ao domínio teológico-metafísico caracterizado por crendices e vãs superstições.
Em sua obra Apelo aos conservadores (1855), Comte definiu a palavra "positivo" com sete acepções: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático.
O Positivismo nega à ciência qualquer possibilidade de investigar a causa dos fenômenos naturais e sociais, considerando este tipo de pesquisa inútil e inacessível, voltando-se para a descoberta e o estudo das leis.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Círculo de Viena

O Círculo de Viena foi um grupo de filósofos, organizado informalmente em Viena à volta da figura de Moritz Schlick. Ocorreu nas duas primeiras décadas do século XX, como um movimento em reação à filosofia idealista e especulativa presente  e dominante nas universidades alemãs, sendo responsável pela criação de uma corrente de pensamento intitulada positivismo lógico.

A Viena da segunda metade do século XIX se caracterizava por uma política dominante orientada pelo liberalismo. As idéias iluministas, o empirismo, o utilitarismo, o espírito antimetafísico e o movimento do livre-comércio na Inglaterra influenciavam diretamente o panorama intelectual vienense. Esse foi o meio, portanto, onde se desenvolveram os pensadores que fizeram parte do Círculo de Viena.
Membros proeminentes do Círculo incluíram Rudolf Carnap, Otto Neurath, Herbert Feigl, Philipp Frank, Friedrich Waissman, Hans Hahn. Receberam as visitas ocasionais de Hans Reichenbach, Kurt Gödel, Carl Hempel, Alfred Tarski, W. V. Quine, e A. J. Ayer. Estava, assim, formado este movimento. Além destes filósofos, compunham o grupo cientistas, economistas e juristas.
Karl Popper, apesar de não ter frequentado as reuniões do Círculo, foi uma figura central na recepção e na crítica às suas doutrinas. Por algum tempo, algumas da figuras do grupo encontraram-se regularmente com Ludwig Wittgenstein.

As principais influências recebidas pelos filósofos do Círculo de Viena são: o pensamento do positivista Ernst Mach (1838-1916), a lógica de Russell, Whitehead, Peano e Frege, bem como os novos paradigmas da física contemporânea, especialmente as descobertas de Einstein. Determinante foi, ainda, a filosofia de Wittgenstein. 

Uma das principais contribuições do Círculo de Viena reside na noção de verificabilidade. Esta compreende que o sentido de uma proposição está intrinsecamente relacionado à sua possibilidade de verificação. Isto quer dizer: determinada sentença só possui significado para aqueles que são capazes de indicar em que condições tal sentença seria verdadeira, e em quais ela seria falsa. Indicar tais condições equivale a apontar as possibilidades empíricas de verificar a verdade ou falsidade da sentença em questão.


terça-feira, 31 de maio de 2011

Karl Popper e o Círculo de Viena


Popper foi contemporâneo dos membros do Círculo de Viena e, inclusive, tinha uma relação próxima com seus membros. Apesar de não se considerar positivista, o foi, embora houvesse tecido várias críticas aos métodos do positivismo lógico. Uma delas é justamente em relação ao método indutivo. Popper era totalmente contra a indução.

Em um ambiente onde as idéias positivistas faziam parte do senso comum, ele soube identificar falhas graves na visão e métodos vigentes. Para ele, a produção do conhecimento era o produto mais característico da atividade humana. Devemos “consumir teorias” – criticá-las, mudá-las e destruí-las para poder substituí-las por outras melhores. Isso é o que proporciona o crescimento do conhecimento e o que transforma a história humana.

Popper, embora racionalista, vai contra a visão de se encontrar uma verdade absoluta – ideal do realismo científico - ao estabelecer que “as melhores teorias experimentais são as que dão origem aos problemas mais profundos e inesperados”. Ele cria um modelo “quádruplo” que possibilita várias formas de se resolver um único problema. A lógica é a seguinte:

Problema -> Teoria Experimental -> Eliminação de Erro -> Novo problema
A teoria de Popper não busca solucionar um problema; busca gerar novos problemas. “A emersão de novos problemas e novas soluções”. O seu modelo pode ser aplicado a novas formas de comportamento e até mesmo de novas formas de organismos vivos.

Toda ciência e toda filosofia são senso comum esclarecido”: uma importante relação se faz entre o senso comum e a crítica: o nosso ponto de partida é o senso comum e o nosso grande instrumento para progredir é a crítica.

domingo, 22 de maio de 2011

Karl Popper X Thomas Kuhn

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                                 x




Popper foi um dos que criticou o trabalho de Kuhn. É possível notar a diferença de pensamentos dos dois pensadores.

Popper: Diz que o trabalho do cientista consiste em elaborar teorias e pôr à prova, ou seja, concebe a ideia de Ciência submetida ao princípio da refutabilidade para provar sua validade.

Kuhn: Diz que a Ciência progride pela tradição intelectual representada pelo paradigma, que é um modelo e visão de mundo comunicada por uma teoria ou sistema científico. Com as revoluções científicas os paradigmas se renovam e os velhos são substituídos.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Karl Popper e a Falseabilidade

 “A formulação das leis da natureza funda-se na idéia de que os fenômenos observados independem de tudo exceto de um conjunto razoavelmente pequeno de condições (as condições iniciais) cuja interferência é observada e medida. Esta idéia, reconhece-se hoje, obriga a separações grosseiras entre os fenômenos, separações que, aliás, são sempre provisórias e precárias uma vez que a verificação da não-interferência de certos fatores é sempre produto de um conhecimento imperfeito, por mais perfeito que seja. As leis têm assim um caráter probabilístico, aproximativo e provisório, bem expresso no princípio da falsificabilidade de Popper.”

Thomas Kuhn e Karl Popper devem ser lembrados como dois dos mais destacados pensadores da ciência do século XX. Ambos deram grande contribuição ao pensamento científico e fomentaram um prolongado debate em torno de suas ideias. Popper critica a filosofia do positivismo lógico desenvolvida pelo Círculo de Viena. O Círculo de Viena defendia o princípio do verificacionismo. Qualquer hipótese, para ser científica, tinha de ser considerada “verificável”. Não concordando com essa concepção,  Popper propõe o que chama de “falseabilidade”.

Karl Raimund Popper (1902-1994) austríaco de nascimento, de origem judaica, imigrou nos anos 30, fugindo do nazismo; inicialmente esteve na Nova Zelândia, estabelecendo-se depois na Inglaterra (naturalizado britânico). Estudou matemática, física, filosofia, psicologia e história da música. Foi professor de filosofia do ensino secundário.
 Karl Popper.

Popper afirma que era impossível verificar se uma teoria era científica, pois não era possível comprovar todas e cada uma das suas possibilidades. Propõe então que os cientistas sigam o caminho inverso isto é, procurem provar a sua falsidade, ou seja, deve fazer uma hipótese e testar suas hipóteses procurando não provas de que ela está certa, mas provas de que ela está errada.
Para Popper a ciência é um conhecimento provisório, que funciona através de sucessivos falseamentos, ou seja, as teorias científicas são propostas como hipóteses, e são substituídas por novas hipóteses quando são falsificadas.
 Isso não equivale à confirmação e não permite a conclusão de que a teoria é total ou parcialmente verdadeira.
Como diz Popper, mesmo que se tenham observado milhares de cisnes brancos, nada nos autoriza a afirmar que “todos os cisnes são brancos” e bastará uma única observação de um único cisne negro para refutar aquela proposição.

terça-feira, 10 de maio de 2011

A Estrutura das Revoluções Científicas

A Estrutura das Revoluções Científicas, de Thomas Samuel Kuhn é uma das principais fontes de argumentos para quem defende o relativismo epistêmico e científico.
Nesse livro kuhn divide a ciência em estágios, que estão caracterizados abaixo:
Ciência Normal: Ciência determinada segunda as regras e modelos de um paradigma ou de uma tradição da pesquisa científica, ou seja, é uma fase aparentemente estável em que se procura respostas dentro do paradigma vigente.

Crise: Quando surgem problemas que divergem das expectativas esperadas, o paradigma começa a enfraquecer.

Ciência extraordinária: Estágio de transição. Procura-se respostas fora do paradigma vigente.

Revolução científica: Processo de conversão e de rompimento com o antigo paradigma, ou seja, quando um dos novos paradigmas substitui o tradicional.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Thomas Kuhn e o paradigma

 “Na teoria das revoluções científicas de Thomas Kuhn o atraso das ciências sociais é dado pelo caráter pré-paradigmático destas ciências, ao contrário das ciências naturais, essas sim, paradigmáticas. Enquanto, nas ciências naturais, o desenvolvimento do conhecimento tornou possível a formulação de um conjunto de princípios e de teorias sobre a estrutura da matéria que são aceitas sem discussão por toda a comunidade científica, conjunto esse que designa por paradigma, nas ciências sociais não há consenso paradigmático, pelo que o debate tende a atravessar verticalmente toda a espessura do conhecimento adquirido.”


Thomas Kuhn nasceu em 18 de julho de 1922 em Cincinnati, Estados Unidos.
Formou-se em Física em 1943 pela Universidade de Harvard e recebeu da mesma instituição o grau de Mestre (1946) e Doutor (1949).
Além de Harvard, lecionou também na Universidade da Califórnia e na Universidade de Princeton a disciplina de História da Ciência para alunos de humanidades. Sua aproximação com essa discilplina foi determinante para a elaboração de uma de suas obras mais conhecidas e criticadas, "A estrutura das revoluções científicas".
Thomas Kuhn


Na obra kuhn define o paradigma como :
"Uma constelação de realizações - concepções, valores, técnicas, etc - compartilhada por uma comunidade científica e utilizada por essa comunidade para definir problemas e soluções legítimos"

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Paradigma

A noção de paradigma é normalmente utilizada para estabelecer uma diferenciação entre dois momentos do conhecimento científico. Pode-se conceituar o paradigma como um modelo de ciência que serve como referência a ciência durante uma determinada época ou um período de tempo demarcado. A partir de um certo momento da história da ciência, o referido modelo predominante poode se esgotar em função de uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento. Então, o paradigma passa a ser substituído por outro modelo científico predominante. Também pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaço de hegemonia da construção do conhecimento, do fazer científico.

Dos trabalhos de Newton resultou o paradigma científico dominante. A crise desse paradigma surgiu com a Teoria da Realtividade de Einsten e a mecânica quântica.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Ernest Nagel - A ciência e o senso comum

"Porque essa redução nem sempre é fácil e nem sempre se consegue sem distorcer grosseiramente os fatos ou sem os reduzir à quase irrelevância, as ciências sociais têm um longo caminho a percorrer no sentido de se compatibilizarem com os critérios de cientificidade das ciências naturais. Os obstáculos são enormes mas não são insuperáveis. Ernest Nagel, em The Structure of Science, simboliza bem o esforço desenvolvido nesta variante para identificar os obstáculos e apontar as vias da sua superação."

Esse trecho do texto cita Ernest Nagel que em The Structure of Science (1961) analisa a ciência e o senso comum.
Nagel observa que diferenças entre a ciência moderna e o senso comum estão no fato em que a ciência expõe suas propostas aliadas aos dados observacionais criticamente comprovativos. Isto não significa, no entanto, que as crenças do senso comum estejam erradas, ou que não tenham fundamentos em fatos verificáveis. Significa que, por uma questão de princípio estabelecido, as crenças do senso comum não são sujeitas a testes realizados a partir de dados obtidos para determinar se essas crenças são válidas.
Ao longo do tempo muitas observações foram aceitas sem serem contestadas, como o exemplo dado no texto de Nagel,  que cita as sociedades que descobriram o uso da roda e a falta de conhecimento sobre forças de fricção, e sobre as razões que fazem com que os bens colocados em veículos com rodas sejam transportados com mais facilidade do que os bens arrastados pelo chão.
A ciência procura mostrar por que ocorrem os fatos e as hipóteses apresentadas estão sujeitas à possibilidade de rejeição, que dependerá dos resultados da pesquisa.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Apresentação

O blog apresentado pretende mostrar algumas teorias utilizadas no texto "Um discurso sobre as ciências na transição para uma ciência pós-moderna" de Boaventura de Sousa Santos.
Procuraremos mostrar sobre o que são tais teorias e sua ligação com as ciências para melhor entendimento do texto. Como exemplo temos Ilya Prigogine que realizou a ligação fundamental entre sistemas em não-equilíbrio e não-linearidade, como os que constituem as "estruturas dissipativas"; e Thomas Kuhn  que dedicou parte de sua vida tentando entender esse movimento transformador da ciência e publicou “A Estrutura das Revoluções Científicas”, um ensaio polêmico que usava uma abordagem histórica para defender que a ciência gera paradigmas que, eventualmente, são substituídos por outros no decorrer do desenvolvimento científico.
Além dessa análise, comentaremos também outros temas, sobretudo alguns tratados na aula de linguagen e produção de texto.