“A formulação das leis da natureza funda-se na idéia de que os fenômenos observados independem de tudo exceto de um conjunto razoavelmente pequeno de condições (as condições iniciais) cuja interferência é observada e medida. Esta idéia, reconhece-se hoje, obriga a separações grosseiras entre os fenômenos, separações que, aliás, são sempre provisórias e precárias uma vez que a verificação da não-interferência de certos fatores é sempre produto de um conhecimento imperfeito, por mais perfeito que seja. As leis têm assim um caráter probabilístico, aproximativo e provisório, bem expresso no princípio da falsificabilidade de Popper.”
Thomas Kuhn e Karl Popper devem ser lembrados como dois dos mais destacados pensadores da ciência do século XX. Ambos deram grande contribuição ao pensamento científico e fomentaram um prolongado debate em torno de suas ideias. Popper critica a filosofia do positivismo lógico desenvolvida pelo Círculo de Viena. O Círculo de Viena defendia o princípio do verificacionismo. Qualquer hipótese, para ser científica, tinha de ser considerada “verificável”. Não concordando com essa concepção, Popper propõe o que chama de “falseabilidade”.
(SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências na transição para uma ciências pós moderna. São Paulo, 1988)
Thomas Kuhn e Karl Popper devem ser lembrados como dois dos mais destacados pensadores da ciência do século XX. Ambos deram grande contribuição ao pensamento científico e fomentaram um prolongado debate em torno de suas ideias. Popper critica a filosofia do positivismo lógico desenvolvida pelo Círculo de Viena. O Círculo de Viena defendia o princípio do verificacionismo. Qualquer hipótese, para ser científica, tinha de ser considerada “verificável”. Não concordando com essa concepção, Popper propõe o que chama de “falseabilidade”.
Karl Raimund Popper (1902-1994) austríaco de nascimento, de origem judaica, imigrou nos anos 30, fugindo do nazismo; inicialmente esteve na Nova Zelândia, estabelecendo-se depois na Inglaterra (naturalizado britânico). Estudou matemática, física, filosofia, psicologia e história da música. Foi professor de filosofia do ensino secundário.
Karl Popper.
Popper afirma que era impossível verificar se uma teoria era científica, pois não era possível comprovar todas e cada uma das suas possibilidades. Propõe então que os cientistas sigam o caminho inverso isto é, procurem provar a sua falsidade, ou seja, deve fazer uma hipótese e testar suas hipóteses procurando não provas de que ela está certa, mas provas de que ela está errada.
Para Popper a ciência é um conhecimento provisório, que funciona através de sucessivos falseamentos, ou seja, as teorias científicas são propostas como hipóteses, e são substituídas por novas hipóteses quando são falsificadas.
Isso não equivale à confirmação e não permite a conclusão de que a teoria é total ou parcialmente verdadeira.
Como diz Popper, mesmo que se tenham observado milhares de cisnes brancos, nada nos autoriza a afirmar que “todos os cisnes são brancos” e bastará uma única observação de um único cisne negro para refutar aquela proposição.
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