quarta-feira, 18 de maio de 2011

Karl Popper e a Falseabilidade

 “A formulação das leis da natureza funda-se na idéia de que os fenômenos observados independem de tudo exceto de um conjunto razoavelmente pequeno de condições (as condições iniciais) cuja interferência é observada e medida. Esta idéia, reconhece-se hoje, obriga a separações grosseiras entre os fenômenos, separações que, aliás, são sempre provisórias e precárias uma vez que a verificação da não-interferência de certos fatores é sempre produto de um conhecimento imperfeito, por mais perfeito que seja. As leis têm assim um caráter probabilístico, aproximativo e provisório, bem expresso no princípio da falsificabilidade de Popper.”

Thomas Kuhn e Karl Popper devem ser lembrados como dois dos mais destacados pensadores da ciência do século XX. Ambos deram grande contribuição ao pensamento científico e fomentaram um prolongado debate em torno de suas ideias. Popper critica a filosofia do positivismo lógico desenvolvida pelo Círculo de Viena. O Círculo de Viena defendia o princípio do verificacionismo. Qualquer hipótese, para ser científica, tinha de ser considerada “verificável”. Não concordando com essa concepção,  Popper propõe o que chama de “falseabilidade”.

Karl Raimund Popper (1902-1994) austríaco de nascimento, de origem judaica, imigrou nos anos 30, fugindo do nazismo; inicialmente esteve na Nova Zelândia, estabelecendo-se depois na Inglaterra (naturalizado britânico). Estudou matemática, física, filosofia, psicologia e história da música. Foi professor de filosofia do ensino secundário.
 Karl Popper.

Popper afirma que era impossível verificar se uma teoria era científica, pois não era possível comprovar todas e cada uma das suas possibilidades. Propõe então que os cientistas sigam o caminho inverso isto é, procurem provar a sua falsidade, ou seja, deve fazer uma hipótese e testar suas hipóteses procurando não provas de que ela está certa, mas provas de que ela está errada.
Para Popper a ciência é um conhecimento provisório, que funciona através de sucessivos falseamentos, ou seja, as teorias científicas são propostas como hipóteses, e são substituídas por novas hipóteses quando são falsificadas.
 Isso não equivale à confirmação e não permite a conclusão de que a teoria é total ou parcialmente verdadeira.
Como diz Popper, mesmo que se tenham observado milhares de cisnes brancos, nada nos autoriza a afirmar que “todos os cisnes são brancos” e bastará uma única observação de um único cisne negro para refutar aquela proposição.

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