sexta-feira, 22 de abril de 2011

Ernest Nagel - A ciência e o senso comum

"Porque essa redução nem sempre é fácil e nem sempre se consegue sem distorcer grosseiramente os fatos ou sem os reduzir à quase irrelevância, as ciências sociais têm um longo caminho a percorrer no sentido de se compatibilizarem com os critérios de cientificidade das ciências naturais. Os obstáculos são enormes mas não são insuperáveis. Ernest Nagel, em The Structure of Science, simboliza bem o esforço desenvolvido nesta variante para identificar os obstáculos e apontar as vias da sua superação."

Esse trecho do texto cita Ernest Nagel que em The Structure of Science (1961) analisa a ciência e o senso comum.
Nagel observa que diferenças entre a ciência moderna e o senso comum estão no fato em que a ciência expõe suas propostas aliadas aos dados observacionais criticamente comprovativos. Isto não significa, no entanto, que as crenças do senso comum estejam erradas, ou que não tenham fundamentos em fatos verificáveis. Significa que, por uma questão de princípio estabelecido, as crenças do senso comum não são sujeitas a testes realizados a partir de dados obtidos para determinar se essas crenças são válidas.
Ao longo do tempo muitas observações foram aceitas sem serem contestadas, como o exemplo dado no texto de Nagel,  que cita as sociedades que descobriram o uso da roda e a falta de conhecimento sobre forças de fricção, e sobre as razões que fazem com que os bens colocados em veículos com rodas sejam transportados com mais facilidade do que os bens arrastados pelo chão.
A ciência procura mostrar por que ocorrem os fatos e as hipóteses apresentadas estão sujeitas à possibilidade de rejeição, que dependerá dos resultados da pesquisa.

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